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Branding no caos: como Mad Max construiu sua identidade visual 

Quando se pensa em pós-apocalíptico e em deserto, com toda certeza se pensa em Mad Max. Hoje, a franquia conta com diversos filmes e um reboot de sucesso, mas você sabe como essa identidade visual foi criada? Entenda agora.

Um clássico do cinema, a saga Mad Max é, por muitas pessoas, adorada fervorosamente. Há os que criticam – como tudo na vida -, mas os motivos de elogio são maiores – tanto para a Academia de Cinema, quanto pelos adoradores de clássicos. Mas, como uma saga sobre distopia, em um cenário praticamente monocromático, se tornou o sucesso estrondoso que é hoje? 

Nesse post, te conto sobre alguns dos pontos cruciais que definiram a franquia do fim da década de 70, como uma das mais assistidas e comentadas até hoje. Confere aí.  

Beleza no Caos: a história de Mad Max 

Dirigido por George Miller, ninguém dava nada pelo que viria a ser um sucesso muito além da própria década: o investimento inicial era tão pouco que, o próprio George passou a trabalhar em plantões médicos, para levantar mais grana para a produção. Mel Gibson, por sua vez, antes de se tornar o rosto da franquia, fora contratado ainda como estudante de teatro – recebendo pouco menos de 10,000 dólares. Da para acreditar? 

O ponto é que, mesmo com essas dificuldades extremas de início, o time e a produção acreditavam fielmente no sucesso – e na história – contada por Mad Max: um trabalho em equipe essencial que trouxe resultados impressionantes, sendo uma das maiores bilheterias de sua época. 

A história, em si, é uma distopia supostamente simples, que envolve os gigantes desertos australianos, após uma guerra nuclear que devastou o mundo. Max, o protagonista que dá nome ao filme e que Mel Gibson interpreta esplendidamente, sofre um grande trauma familiar, levando-o a perseguições e lutas motivadas pela vingança e pela escassez extrema.

O DNA visual de Mad Max: um exemplo de branding marketing 

Primordialmente, o que é curioso na franquia, é o como ela se manteve forte o suficiente até quase 50 anos depois: com um reboot e novos filmes, o fandom de Mad Max continua resistente – e vibrando por cada novo pedaço apresentado da história. 

Mas, como é possível – vendo pelos problemas de grana no início da primeira produção, e pelo marketing prematuro dos anos 70 – que a saga dera tão certo?  

Por mais louco que pareça, a resposta é simples: branding e story telling extremamente bem estruturados, planejados e escritos por quem realmente entendia do assunto. 

Começamos pelo universo: Mad Max tem uma história concreta, que parte de um conceito relativamente franco, mas que ainda dispõe de uma trama muito envolvente. Isso porque, nos diferentes filmes, cada objetivo apresentado pelos personagens passa a construir ainda mais a ideia distópica e curiosa do mundo em que se passa. Ou seja, com o tempo, as informações se tornam mais abundantes e, quanto melhor recebidas, mais complexa e encantadora a história fica. 

Apesar de o primeiro filme ter tido o maior ROI de sua época, foi o segundo que cravou a visão da franquia que temos hoje. ‘Mad Max: The Road Warrior’, de 81, se tornou um marco do cinema pós-apocalíptico e efetivou Max como um verdadeiro anti-herói: um protagonista complexo, em um mundo extremamente radical.  

O grande acerto foi criar essa visão interessante e curiosa da história que seria contada. O primeiro filme, primordialmente divulgado por boca-a-boca, apresentou o conceito, ofereceu a ideia. E o segundo, com mais investimentos, traduziu e construiu tudo aquilo necessário para concretizar a confiança do público, e fazê-lo querer ainda mais.  

Pura estratégia de funil, não acha? 

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O impacto cultural de Mad Max 

Nada na cultura Pop, quando bem-visto, passa batido pelos olhos da multidão. E, com a febre de Mad Max, muito fora criado e baseado de forma inspiratória no universo pós-apocalíptico e fabuloso dos desertos da Austrália. 

Primeiramente, é preciso citar que Mad Max fora um dos pioneiros ao gênero dieselpunk, muito visto no cenário alternativo, como uma vertente da contra-cultura Punk. A estética, baseada num mundo distópico, apresenta elementos como máquinas grandes – como os carros do filme – e uma sociedade alternativa, sombria e extremamente estilosa. 

Todos os filmes apresentam carros famosos e bem estruturados, que condizem diretamente com a distopia: os automóveis, individualmente, trazem elementos de destaque, que contam histórias e se relacionam firmemente com os personagens. Em um dos filmes, George Miller chegou a convidar gangues reais de motoqueiros, com um único requisito: que trouxessem suas próprias motocicletas. Isso trouxe credibilidade e dimensão para o story telling.

Também é importante citar a maquiagem, tão característica, que reforça o ar distópico e virou uma das principais características do universo criado por Miller.

Já na alta costura, estilistas passaram a apresentar com mais frequência roupas rasgadas e tons terrosos. Coleções de street-wear, como as de Gareth Pugh e Alexander Mcqueen, trouxeram couro, spikes e um rústico industrial muito visto nos filmes.  

Além disso, grandes jogos foram abertamente inspirados na franquia, e são sucesso entre o público juvenil e amantes de apocalipse. Entre eles, Free Fire – na estética – e Cyberpunk 2077, com seus figurinos.  

Ah, há também um festival inteiro em homenagem à franquia. O ‘Wasteland Weekend’, realizado no deserto da Califórnia, conta com veículos customizados e muito dieselpunk

Para quem tinha dois empregos para bancar um projeto, parece que a influência de George Miller não anda nada mal, não?  

Gostou do conteúdo? Quer aprender mais sobre branding na prática? 

Me chamo Adriano Klumpp, e por aqui, além de comentar sobre cultura própria, também trago dicas de eficiência no marketing e na publicidade. Você pode me encontrar no LinkedIn, no Instagram e como host do Beatz Podcast.

Até a próxima! 

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