“Fazer acontecer” – As analogias geniais de Júlio Ribeiro
Nesse blog sobre a obra de Júlio Ribeiro, te contarei um pouco de alguns dos conceitos apresentados em “Fazer Acontecer”, com analogias explicadas e cases que funcionaram na prática.
Fundador de uma das agências de marketing mais renomadas do Brasil, Júlio Ribeiro revelou seus segredos depois de anos imerso no universo da propaganda, com mais de 1 milhão de dólares investidos em campanhas.
Se você curte publicidade e quer entender o que está por trás de uma comunicação de sucesso, você está no lugar certo.
Neste artigo, vou contar um pouco sobre as analogias brilhantes de Júlio, extraídas do livro “Fazer Acontecer”, publicado em 1994. Três edições reimpressas ao longo do tempo só confirmam: esse livro é atemporal e relevante até hoje.
Quem foi Júlio Ribeiro e qual sua história na propaganda?
Nascido nos anos 30, em São Paulo, Júlio César Ribeiro foi um dos publicitários mais influentes do Brasil. Formado em Direito pela USP, ele ainda teve a chance de estudar nas renomadas Harvard e NYU, onde se especializou em criatividade e negócios. E foi exatamente essa combinação que o fez se destacar na propaganda.
Sua jornada no mundo da publicidade começou no fim dos anos 60, com a fundação de sua primeira empresa, a JRM. Mas o grande marco de sua carreira veio em 1981, quando fundou a Talent, a agência que seria uma verdadeira revolução no mercado publicitário brasileiro. No começo, a Talent era uma equipe bem pequena: ele, um motorista e um office boy.
E adivinha? Em pouco tempo, Júlio estava ganhando Prêmios Caboré, recebendo o título de publicitário do ano na década de 70, e transformando a Talent em uma potência.
Após sua morte, Washington Olivetto, um dos maiores nomes da publicidade, declarou que Júlio Ribeiro era o “maior profissional de planejamento publicitário” do Brasil. Não é à toa que ele deixou um legado imortal.
As analogias de Júlio Ribeiro
No seu livro “Fazer Acontecer”, Júlio faz analogias que são puro ouro para quem trabalha com marketing e propaganda. Ele compara o universo publicitário com situações simples do dia a dia, criando lições poderosas sobre o mundo dos negócios. Vamos destacar três dessas analogias, que são verdadeiros ensinamentos:
1. O cavalo que aprendeu a não comer
A analogia mais famosa de Júlio é uma lição sobre como muitas empresas falham ao tentar “economizar” na publicidade. Aqui vai a história: um guerreiro, que havia vencido várias batalhas com seu cavalo, decide cortar gastos e começa a atrasar a alimentação do animal. Primeiro, ele atrasa uma hora, depois duas… Até que, no fim, o cavalo morre de fome. E quando o guerreiro precisa dele para a próxima batalha, já não tem mais como lutar.
O recado de Júlio? “Assim como um cavalo precisa ser alimentado para funcionar, uma empresa precisa continuar investindo em publicidade para se manter no topo”. Se você acha que vai conseguir manter a liderança sem continuar promovendo seus produtos, está cometendo um grande erro. O marketing nunca é um gasto, é investimento.
2. Mamãe não almoça mais em casa
Essa analogia vem de uma reflexão de Júlio sobre como as mudanças na sociedade afetam os hábitos de consumo. Durante uma palestra em Amsterdã, ele ouviu sobre como, no futuro, as mulheres seriam as grandes protagonistas no mercado de trabalho.
Isso, claro, mexeria com as dinâmicas familiares e com as decisões de compra. Hoje, sabemos que as mulheres têm uma presença de peso na renda das famílias e são fundamentais nas decisões de compra.
Júlio usa um exemplo de um vendedor que, ao ser perguntado sobre como vendeu tantos carros em um único dia, respondeu: “É preciso se apaixonar pelo cliente, entender suas necessidades e resolver seus problemas.” Em outras palavras, o segredo é ir além do produto e entregar uma solução. Vender é um ato de afeto.
3. Teoria da matriz
Aqui, Júlio explica que o prazer de comprar algo vai além de sua utilidade. O valor emocional, social e até status que o produto representa pesa muito na escolha do consumidor.
Ele dá o exemplo de tênis de corrida: apesar de terem uma função similar, os tênis Nike acabam sendo preferidos, mesmo quando outros modelos cumprem o mesmo papel. O mesmo vale para bolsas de grife como Gucci e Louis Vuitton: essas marcas carregam um valor simbólico que vai muito além do que o produto realmente faz.
A percepção do produto, o status que ele transmite e a forma como ele é apresentado ao consumidor fazem toda a diferença na hora da compra.

Casos e campanhas de sucesso: exemplos da filosofia de Júlio Ribeiro na prática
Júlio não ficou só na teoria. Ele transformou essas ideias em campanhas publicitárias icônicas, que até hoje são lembradas com carinho no Brasil. Vem ver só alguns exemplos:
1. “Bonita camisa, Fernandinho”
Na campanha para a USTOP, Júlio criou um bordão que virou febre nos anos 80. A frase “Bonita camisa, Fernandinho” ficou tão popular que atravessou fronteiras eleitorais e geracionais, e até hoje é lembrada com nostalgia.
2. “Não é uma Brastemp”
Essa, você provavelmente já ouviu, né? A campanha para a Brastemp foi um verdadeiro gol de mestre. Júlio soube usar a teoria da matriz de forma brilhante, criando um comercial cheio de humor e usando a ideia de que “uma Brastemp” é um sinônimo de qualidade máxima. Em poucos segundos, a marca foi colocada no topo da pirâmide do mercado.
3. “Nossos japoneses são mais criativos que os outros”
A campanha para a Semp Toshiba foi um dos momentos mais divertidos de Júlio. A frase, que misturava humor com um toque de irreverência, refletia a alta qualidade dos produtos, que quase nunca tinham defeitos e eram acompanhados de 50 meses de garantia.
Gostou da indicação e de ouvir sobre o sucesso de Júlio Ribeiro?
Além das analogias citadas, o livro “Fazer Acontecer” traz ainda mais insights e reflexões incríveis sobre o mundo da publicidade. Se você curtiu o conteúdo, não deixe de conferir a versão mais recente do livro, disponível na Amazon. É leitura obrigatória para quem ama marketing!
E se você quer saber mais sobre publicidade e empreendedorismo, não se esqueça de explorar os outros artigos do meu blog. Ah, e me encontra também no LinkedIn, no Instagram e no Beatz Podcast, onde estou sempre batendo um papo com grandes nomes do setor.
Até a próxima!