Termômetro da indústria: setor apresenta indicadores em crescimento

Apesar da baixa confiança por parte do empresariado, o setor industrial fechou 2024 com os indicadores menores do que os do começo do ano. Ainda que tímidos, estes números representam um aquecimento da indústria.

Apesar da baixa confiança por parte do empresariado, o setor industrial fechou 2024 com os indicadores menores do que os do começo do ano. Ainda que tímidos, estes números representam um aquecimento da indústria.

A Confederação Nacional das Indústrias possui um canal de divulgação das suas pesquisas de monitoramento do setor industrial. No site, a instituição reúne infográficos dinâmicos com diferentes métricas que avaliam a situação do mercado ao longo do tempo.

Assim, é possível monitorar as impressões dos investidores, o crescimento ou queda das atividades e outros índices que vamos explorar neste artigo.

Em 2024, apesar de pequenas oscilações, os dados apurados durante a redação deste artigo indicam que a indústria apresentou dados em crescimento, em relação ao começo de 2024.

O que é o CNI?

Esses dados são apurados pela Confederação Nacional das Indústrias, que é a principal instituição no país responsável pela organização e defesa dos interesses dos industriais. Assim, essa instituição é responsável por representar quase meio milhão de empresas no Brasil.

Indicadores em 2024

Confira abaixo, os indicadores da indústria e o aquecimento que está acontecendo no setor:

Índice de produção

Este indicador mede o aumento de produção do setor mensalmente. Assim, o índice representa o quanto, o valor foi adicionado à indústria.

Para isso, o cálculo é feito a partir do valor-base, que é 100, determinado pela produção da indústria em 2022. Assim, qualquer valor acima ou abaixo de 100 representa um crescimento ou diminuição relativo ao ano.

Em janeiro de 2024, o índice era de 101,3 e apresenta 105 pontos percentuais em setembro, que é o valor da última atualização do monitoramento até a publicação desta matéria.

UCI efetiva-usual

Este índice refere-se a quanto a fábrica utilizou da sua capacidade em relação ao usual. Assim, considera-se 50 o valor usual do quanto a indústria utiliza da sua capacidade instalada, e os valores acima representam um aquecimento do setor.

Em 2024, o ano começou com uma UCI efetiva-usual de 43,3 em janeiro e terminou com um percentual de 47,3 pontos em outubro do mesmo ano.

Estoque efetivo-planejado

Este indicativo funciona com uma lógica parecida, mas neste caso, quanto maior o número maior a desvantagem.

Dessa forma, este índice compara quantidade de produtos em estoque com a expectativa planejada para o mês. Nesse sentido, essa métrica varia de 0 a 100 e possui 50 como base.

Ou seja, se uma empresa fica com o estoque efetivo-planejado acima de 50, significa que ele produziu mais do que o mercado demandou. Portanto, aquela indústria ficou com mercadoria parada.

Assim, em janeiro de 2024, a indústria apresentou um estoque efetivo planejado de 49,6 e caiu para 49 pontos em outubro.

Empregos

Descontando os movimentos sazonais, essa métrica avalia o crescimento ou queda no número de trabalhadores empregados pela indústria.

Para elaborar o índice, a base fixa utilizada 100 representa a quantidade de trabalhadores de 2006. Dessa forma, qualquer número acima de 100 representa que aquele período teve um saldo maior de empregados em relação a 2006.

Nesse sentido, 2024 apresentou bons números, começando o ano com 100,3 em janeiro e cresceu no índice para 102,3 pontos em setembro.

Faturamento

Este índice também utiliza como base fixa a média de 2006, também representada pelo número 100.

Com isso, esse índice acompanha mensalmente a variação do faturamento do setor industrial, descontando a inflação e a sazonalidade.

Assim, o faturamento do setor industrial no Brasil cresceu de 104,6 pontos para 110 pontos em 2024.

Horas trabalhadas

As horas trabalhadas também são representadas graficamente pela base fixa 100, que usa 2006 como valor de referência. 

Seguindo essa lógica, esse índice metrifica o total de horas trabalhadas pelos empregados do setor, incluindo as horas-extra. Para o cálculo, a CNI desconta a sazonalidade do setor.

Com isso, o percentual de horas trabalhadas cresceu de 91,4 em janeiro para 94 pontos em setembro de 2024.

Exportações

Essa métrica, que é elaborada pelo Ministério da Economia, também é pautada na quantidade exportada em 2006, que é a base fixa desse índice.

Nesse sentido, os valores acima de 100 representam que as exportações superaram a quantidade de produtos vendidos para o exterior em 2006.

Assim, em 2024 a pontuação das exportações brasileiras em janeiro começou o ano com 115,7 pontos e caminhou para o crescimento atingindo 118,3 pontos em outubro.

Intenção de investimento

Esse índice é feito por meio da sondagem dos empresários do setor industrial e metrifica quantos desses executivos pretendem investir nas empresas nos próximos 6 meses. 

Dessa forma, a indústria apresentou um pequeno crescimento em relação ao começo do ano de 2024. Com 57,2% das empresas com intenção de realizar investimentos em janeiro, o ano fechou com 58,7% em novembro de 2024 pretendendo investir.

Confiança dos empresários

Mas, se por um lado todos os outros índices apresentam crescimento, esse apresenta uma queda em relação ao começo do ano.

Dessa vez, o índice de confiança começa o ano com 53,2% dos empresários confiantes em relação a sua empresa e a economia brasileira e a taxa cai para 52,6% de otimismo dos gestores.

Apesar da queda, estar acima de 50 pontos percentuais, ainda significa que o empresariado apresenta algum otimismo ou confiança em relação ao setor da indústria. Enquanto valores a baixo, representam negatividade nos índices de confiança.

Acompanhe Adriano Klumpp

Como você viu, a indústria está caminhando para estar a cada dia mais aquecida e por isso é fundamental criar estratégias para se destacar da concorrência.

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